descoberta científica

Paleontólogos revelam que fósseis achados em Dona Francisca eram de filhotes de réptil primitivo

da redação


Arte: Márcio L. Castro
Simulação de como seriam os filhotes

A cidade de Dona Francisca está novamente no holofote de importantes descobertas de paleontólogos. Pesquisadores da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) estiveram na cidade em 2012, onde resgataram alguns fósseis. Depois de quase seis anos de limpeza, restauração e estudo dos materiais, o resultado do estudo foi divulgado: os restos eram de, pelo menos, seis filhotes de dinodontossauro, encontrados aglomerados uns sobre os outros, em uma associação bastante rara para os estudiosos.

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Conforme os pesquisadores, os fósseis foram encontrados na entrada da cidade, em um terreno atrás de um posto de combustível - local onde outros fósseis já haviam sido encontrados. Como o espaço já era conhecido por conter materiais paleontológicos, já era esperado que novas descobertas fossem feitas. A surpresa, de acordo com os paleontólogos, ficou por conta da posição dos fósseis. 

- Estava tudo uma confusão. Crânios e pedaços de mandíbulas misturados a ossos de braços, vértebras e costelas. Em uma análise cuidadosa, pudemos comprovar a existência de seis animais, mas é bastante provável que existisse muito mais do que isso - relata Gianfrancis Ugalde, autor principal do trabalho científico publicado na revista internacional Historical Biology. Além de pesquisadores da Unipampa, o estudo contou com a participação de paleontólogos da Universidade Federal de Santa Maria e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

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Os dinotossauros, classificados como dicinodontes, estavam no grupo dos principais herbívoros existentes há cerca de 240 milhões de anos, e, posteriormente, deram também origem aos mamíferos. No Brasil, o dicinodonte mais comum é encontrado em algumas localidades do Rio Grande do Sul e era um animal razoavelmente grande, podendo chegar a 500kg e medindo até 2,5 metros de comprimento.

Assim como o que acontece com vários grandes herbívoros atuais, sempre se especulou que o dinodontossauro andava em grandes bandos, em um comportamento que protegeria os animais dos ferozes predadores da época. Mesmo que tivessem grandes presas que os defendiam de predadores, os dinodontossauros eram bastante vulneráveis ao ataque de grandes répteis.

- Além de ajudar na proteção contra predadores, as manadas contribuem em uma maior taxa de sobrevivência dos filhotes a riscos como fome e doenças. Os novos fósseis comprovam que esse comportamento surgiu muito antes da origem dos próprios mamíferos - explica o professor Felipe Pinheiro (Unipampa), que também assina o trabalho.

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Embora a causa da morte dos bichinhos continue incerta, é provável que as carcaças tenham ficado expostas por um tempo razoável antes de serem soterradas e, centenas de milhões de anos depois, acabarem na bancada de estudo dos paleontólogos. Os fósseis foram tombados e ficarão expostos em laboratórios da Unipampa.

*Colaborou Janaína Wille

Os pesquisadores

  • Felipe L. Pinheiro
  • Gianfrancis Ugalde 
  • Rodrigo T. Muller 
  • Hermínio Ismael de Araújo-Júnior
  • Sérgio Dias da Silva

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